28 de junho de 2010

O Bocage

Não o poeta,o bar que existia ali.

Quem me conhece sabe que eu fui de passar boa parte da minha adolescência no Bocage.O Bar do Bocage,perto do HC.O Bar do Bocage era a perdição perfeita para se descobrir,ou continuar vagando por ai.
Eu fui daquelas que batia cartão,que aproveitava cada segundinho da noite e deixava um pouco de mim em casa,nas calçadas daquela rua,na saliva de outras bocas.
Deixava minha mãe preocupada em casa,e às vezes nem voltava para que ela pudesse me olhar e ver se eu estava bem.
Eu conheci tantas pessoas maravilhosas.Vi cada lugares,cada coisa acontecer a minha volta que não trocaria a experiência que vivi lá por nada nessa vida.
Eu bebi.
Eu beijei.
Eu conheci.
Eu fiquei bêbada de não sentir o chão debaixo dos pés e de não saber como chegar em casa.
Eu já corri de punck e vi paixõesinhas e muitos amigos meus se drogarem na minha frente e achar que estava tudo bem,tudo certo.
Eu vi o brilho que aquele bar GLS tinha.Vi meninas descobrindo o certo e o errado.Beijando meninas e meninos,separados e ao mesmo tempo.Vi minha melhor amiga me beijar e sentir meu gosto.Vivi!
Mas acabou.Tanto o bar quanto a vontade doida de estar por ai no sereno e ser dona da noite em São Paulo.Estou feliz sossegada em casa,mesmo que às vezes sinta falta do agito e das aventuras que eu tinha,passou no momento certo que tinha que passar.
Acho que é por isso que hoje em dia eu sou a pessoa que eu sou.Não acho certas coisas grandiosas demais porque já vivi isso,e digo que talvez seja uma fase,uma lição,algo que se você tem a oportunidade,você tem que passar para sentir e ver como é.
As noites no Bocage foram as melhores noites realmente vividas da minha vida.Mas acho que se hoje em dia,se o bar ainda existisse,eu não iria mais...
O Bocage foi uma boa história minha.Uma história cheia de pessoas e coisas diversas.
Hoje,não trocaria nada por aquele cheiro de pele única,nem aquela soneca da tarde por menta nenhuma,por beijos nenhum.

Adeus Bocage,que um dia você possa se reinventar em um outro lugar e dar as mesmas experiências boas e lindas que eu tive.
...

E então sou eu diante de uma imagem no espelho.
Digo que sou temida,que posso mentir e ser fria quando quiser.
Posso ser amável de um doce enjoativo que causa cáries.
Posso ser de vento,te derrubar sem você perceber.
Ser de leão e te devorar.Ser de virgem e te conquistar,te querer.
Aquela,ou essa aqui.
A que você ouviu falar,a que você nem se quer lembra o nome.
A da revista,igual a modelo criticada.
Sou um cigarro de um viciado.
A bebida da abstinência.
A falta,a sorte e o desapego.
Uma rima e um calafrio.
Um shot e uma bala,doce ou metálica...
Letra de música inacabada.
Colchão na sala,cadeira no quarto.
Vi o fracasso e procurei ser a vingança.Fiquei parada e trombei com a sorte.
Você já me viu
Já me cheirou e deve ter um pedaço meu em teu canto secreto.
Não me revele.Não me guarde.
Me deixe livre e me terá de volta.
Veja,sou assim.
A combinação perfeita,o ombro.
A amizade e a decepção.
A cara no chão e pedaços de sorte que vem aos poucos.
Uma amiga,uma irmã e aquela prima de terceiro grau.
Um eu,várias de mim.
Eu deixo a cara,a sorte é toda sua!

27 de junho de 2010

A dança

Dançou comigo como quem se despede de alguém que não verá mais,nunca mais.
Se assim posso dizer,afirmo que ela me olhava firme nos olhos e dançava comigo melancolicamente todas as músicas,até as mais agitadas.
Era a menina dos meus olhos,sempre fora.Não passava de alguém da qual eu quis amar e dar carinho.Quis coloca-lá em um pedestal que não existe.Hoje,sinto algo inexistente por ela.
Talvez nos encontrássemos mais vezes num futuro próximo.
Talvez ela ainda caísse sobre meus ombros e quisesse permanecer ali,sem que ninguém pudesse ouvi-lá,ou simplesmente reparar na sua presença.
Eu tenho uma teoria sobre ela.Digo com toda a certeza do mundo que ela ainda quer chamar minha atenção.Quer me encantar com seu jogo de palavras bem colocadas e algum copo de qualquer coisa nas mãos.Uma bebida da qual eu não bebo,com um shot de palavras que não me encantam,não mais.
Digo ainda que creio em um aproximamento nosso.Parece bobagem mais ainda a vejo no cantinho quieta rezando e blasfemando meu nome.
Fez minha presença,me quis!
Também afirmo que podemos tentar de alguma maneira,uma relação que não seja das melhores pois gosto do jeitinho humilde em que ela habita meus sonhos e canta em minhas músicas.
Não sei,às vezes creio estar delirando,isso não faz sentido.
Mas acordei com alguns passos na cabeça,algumas coreografias de abraços que não saem da cabeça.
Um vício.
Meu vício!
Não o favorito de todos,mas aquele que me dá vontade de dançar...
Ela deve crer que não penso mais nela,e deve achar que esqueceu nossos passos.Engano seu,engano nosso!Ainda dançamos a mesma música dum disco riscado.Ainda usamos as mesmas roupas velhas e mofadas.Ainda nos queremos,ainda nos temos numa dança sem fim.

26 de junho de 2010

A Reza.

Reza baixinho...
Deixa tuas lágrimas caírem em meu rosto e esquece o que te disseram.
Fecha os olhos e acredita que isso vai mudar.Vai sim,eu estarei aqui.
Reza baixinho.
Não deixe que eles escutem seus planos e promessas.
Não deixem que vejam seus olhos aflitos tentando apagar um erro que não é seu.
Reza baixo,deixa que te vejam.
Sinta a força de suas palavras e caia fora daqui,fuja comigo.
Reza baixinho amor,reza por mim.
Tremo só de pensar nos males que a vida pode nos trazer.
Tenho medo que eles te levem e que nunca consigam crescer.
Reza.Reza baixinho e promete pra mim que isso ainda vai mudar.
Promete que ainda tem solução e que um dia as coisas serão caixotes em vez de armários.
Reza,que eu ando rezando muito sem deixar de acreditar.
Rezei por você e hoje rezo por eles.
Eu nunca vou te deixar!
Reza amor,não esquece!
Tem alguém te ouvindo,tem alguém te olhando tem alguém rezando,sem parar...

25 de junho de 2010

Sexta na cesta.

"Hei,morreu aqui!"Disse um rapaz que saia correndo de um bar agitado.
Era sexta feira e diversas coisas aconteciam pela cidade enquanto eu vivia minha sexta-mundo.
Via carro,via pessoas,via bares lotados e alguns amantes redescobrindo o gosto de se andar por São Paulo numa sexta à noite.
Uma sexta-feira...
A maioria das coisas boas e maravilhosas aconteceram comigo em uma sexta.Acho que é por isso que eu não valorizo muito bem os outros dias da seamana.
Sexta é dia de ver o bem e fazer o mal.
É dia de ver os amigos e sair por ai sem destino marcado e acabar no mesmo lugar.
É dia de sorrir e esquecer das coisas desnecessárias.
É dia de rir e lembrar que a vida começou.
É dia de lembrar de velhas coisas e pensar em coisas novas para a próxima sexta.
É dia de viver,de celebrar!
E porque não?!É sexta-feira!

24 de junho de 2010

Data de sexo marcado.

Motel.

Aguçou minhas vontade de entrar e ver como era.
Deu vontade de sentir o cheiro e torcer o nariz quando alguém me perguntasse se eu já havia estado lá.
Pensei nas várias histórias que ali ficaram.Nos cheiros,nos prazeres,nas mortes e nos nascimentos que ali ficaram.Senti nojo de pensar que alguém deitaria sobre meu gozo e minhas histórias.
Certas coisas não seriam apagadas com sabão e "bom ar"...
Então pensei nos novos.Naqueles que ninguém nunca havia ido e mesmo assim a ideia não foi embora.Podia ver meus olhos brilhantes pensando na aventura e nos segredos.Pensei que poderia deixar meu cheiro ali e fazer outra pessoa pensar da mesma forma que eu...
Bobagem!
Voltei para casa e sentei na velha cama onde tudo aconteceu.Vi nossas paredes,algumas fotos e cheiros diversos de um dois que era constante e único.
Nunca marcamos hora!
Nunca fizemos reservas e talvez isso seja um pouco de caretisse ou TOC da nossa parte.Mas não deixo de lembrar do inesperado...
Lembro daquele dia com o colchão na sala e tudo que podia dar errado.Daquele dia em que ao invés de fugirmos do fogo do prédio,incendiamos a escadaria.Lembro das visitas,dos sussurros debaixo dos outros narizes.Lembro que nós sempre temos vontade e um lugar.Mesmo que isso não seja exatamente o que queremos,e o necessário para durar muito,nunca marcamos horas,fumamos aquele cigarro ou dividimos a nossa história...

23 de junho de 2010

Querida Yana

Já faz um tempo que não lhe escrevo.Acho que o tempo tirou minha habilidade na escrita e a motivação para os acontecimentos.
Nem sei por onde começo...
A vida aqui anda sem sentido e eu confesso que algumas lágrimas bobas estão caindo de meus olhos enquanto vou lembrando dos últimos acontecimentos.
Muitos foram os que partiram e eu continuei aqui a ver o sol se por em cada tarde vazia.Ainda não sei explicar de fato o que está me acontecendo,mas sinto que você me entenderia se pudesse olhar meus olhos.
Sinto que os vasos quebraram e a esperança toda se foi com a chuva de outrora.
Sinto falta dos momentos que tínhamos.Das risadas,dos prestigios e da glória infantil que era possível.
Acho que nunca mais lhe escreverei nada.Não sinto mais vontade,você sabe...

Beijos calorosos,saudades...

21 de junho de 2010

Travesseiro

Ouviu minhas preces e continuou preto.
Morto num lado da cama sem dizer nada debaixo da minha cabeça.
Sentia meu cheiro e o pesado de minhas lágrimas,mas nada fazia.
Me via chorar,me via rir.
Mas só sabia esperar por mim a noite.
Às vezes tinha peso de outras cabeças sobre seu corpo mole e moldável.
Estávamos tão acostumados um ao outro que era difícil ficarmos longe por muito tempo.
Éramos segredos.
Mais meus do que dele.
Ele era meus olhos,meus ouvidos e corpo quando me faltava o físico.
Acho que às vezes até prefiro um peito nú,ao invés de suas espumas.
Mas não posso negar!
Ele é meu amigo,nunca me abandonará.
E se um dia o fizer,ai sim saberei,
Estou sozinha...
E então foi o medo.
O medo que vinha de não ter medo nenhum,o medo das luzes se apagarem e a bilheteria ainda estar cheia de ingressos.
Se a platéia lhe faltava,uma bebida ou outra resolvia o assunto e lá ia Cristine revelar a beleza de sua vida,de suas apresentações.
Se colocava verdade e drama em suas palavras,as pessoas não se importavam,mas ficavam por perto caso ela quisesse despencar do alto,do copo.
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Já fazia mais de alguns anos que eu não via,nem sabia noticias alguma de Cristine.Normalmente,nossos encontros eram sempre demorados e doloridos.Cristine sempre gostou de beber demais e acabar em minha cama.Eu,por todas as vezes jurei nunca me aproveitar de seus dramas,mas não conseguia.
Cristine era leve como uma pena,forte como um sonho e linda como uma manhã cinzenta.Tinha o corpo magro e sem curvas.Pele de um branco estranho e sem vida,com cabelos que de certo não combinavam com seu ser.
Eu não ligava muito para essas coisas...
Dês de que nos conhecemos,eu sentia nela uma necessidade de ter amigos.Embora fossemos pessoas sozinhas,acho que ela sempre teve a ncessidade de se abrir com alguém,mesmo que usasse somento o corpo para tal.
Mesmo nos tempos de temporada,Cristine e eu sempre arranjavamos tempo para curtir a vida e zombar das pessoas que ficavam em nossas sombras.
Naquela época era fácil levar a vida como artista,como se queria!
Mas as coisas mudaram...
Cristine e eu tomamos rumos totalmente opostos depois de um porre que tomamos juntos.Foi bom como em todas as outras,mas me lembro que faltou alguma coisa,um brilho...
Dei um de meus melhores beijos em Cristine quando nos despedimos.Ela deve ter sentido a verassidade e me beijou de volta com um abraço apertado junto a teus seios.
Sinto falta de sua cor branca e seus copos sujos.
Acho que nunca mais verei Cristine,sua luz se apagou...

20 de junho de 2010

I awoke in the middle of the night feeling a tightness in the chest and a willingness to walk away.
The weather was cooler, but I was still sweating. It seemed that something in my head I knew where to go, while another side was in full despair.
I felt my and found the other side of the bed cold and empty. Lacked a body there was a missing man!
Then I realized that all my agony called his name.
I missed his naked body and heavy on mine. I missed the smell of hot sweaty skin and soft. Missed you in me, so ...
The night was intense and unavoidable. When I could finally get to sleep, remember that you were not here and then I felt like a baby without a mother.
I need you here!
You're my energy and my sleeping pill. Honey, I need tos leep ...

17 de junho de 2010

Uma menina que um dia me conheceu,disse que eu era como uma verdade.Daquelas que vem com as palavras certas mais do jeito errado.
Também me comparou a um alfinete.Disse que eu era pequena e cabeçuda.Que ás vezes entortava e espetava sem pensar.
Me comparou também a uma criança curiosa.Acho que é porque ela sabe que apesar do medo,eu faço sem pensar e sem fugir.
Teve também a vez que me comparou a um contador de histórias fictícias.Ela deve ter gostado das histórias que eu a contei sobre algumas coisas que vivi.Claro que algumas histórias saiam da cabeça,mas pareciam reais.
Me comparou também a uma atriz,a um drama,a um sorvete,a um prato quente e uma taça de vinho tinto.
Não consegui entender exatamente o que ela quis dizer com cada comparação que fez de mim.
Se tentou me definir,digo que acertou em boa parte delas.
Mas,se falasse por mim,diria que sou uma moeda jogada para cima.Eu deixo a cara,a sorte é toda sua!

A nível de

Me interessei esses dias por uma conversa que ouvia na fila do banco.Acho que uma das mulheres estava metida em uma encrenca e soltou a seguinte frase: “Eu não a xinguei de volta porque não quis descer ao nível dela.”
Nível?
Porque as pessoas sempre usam esse termo quando não querem (in)diretamente repetir o mesmo erro que a outra pessoa fez?
Se ela falou mal,você fala também.
Se ela xinga,você xingou também.
Se ela te bateu e você apanhou,bem,desvantagem para você,mas vocês estavam juntas fazendo a mesma coisa.Então qual a diferença?
Para mim,essa idéia de “nível”,certas vezes não passa de orgulho e arrependimento que dói de não ter dado aquele “xeque mate” em determinadas situações.
Acho essa história de nível cafona.Brigar faz parte!E não fica legal bancar a durona de “nível alto” nessas horas.Você pode não querer,mas é igual e faz as mesmas coisas.
Assuma as coisas que você faz.Levante e perceba que você também tem o rabo preso.
E não use mais essa desculpa,isso é coisa de nível zero...

15 de junho de 2010

Sobre acontecimentos

Hoje de manhã,revendo algumas fotos da escola,eu comecei a lembrar de várias coisas e percebi que tudo fazia sentido,tudo sempre era a mesma coisa.

Bom,a história era mais ou menos assim:
Éramos três meninas,Iza,Fê e Eu.Nós dês de sempre nunca ligamos muito pra massa,pro resto louro e fútil que havia em toda a nossa sala.Alguns,nos julgavam como 'EMOS',mas nós não éramos!
É claro que naquela escola não gostar de barriga de fora,pagode,falar certas gírias,viver jogando o cabelo e deixar claro seu gosto por lingerie e sexo era um crime.Mas nós éramos três,e os outros...Bem,eram a maioria,mas uma maioria que não importava pra gente,não mesmo!
Depois das férias,nós conhecemos uma nova amiguinha,a Vanessa que se encaixava direitinho com a gente.Gostava das mesmas músicas,frequentava os mesmos lugares que eu e tinha alguns amigos em comum com a gente no Orkut.
Ela era até um pouco extravagante para o que nós éramos naquele ano.Naquela altura do campeonato,não existia mais lápis de olho,nem nada de maquiagem para a escola.Só as provas do Germano já eram o bastante.Ela conseguiu conquistar os meninos que nós queríamos,e isso foi demais.Pelo menos aquele 'oizinho' simpático com sorriso nós ganhávamos.
Éramos quatro agora,e tudo ia perfeitamente bem!Mas as coisas sempre mudam,sempre!
Um dia antes das aulas começarem,a Vanessa fez um comentário meio impertinente e sem graça para nós.
Alguém,para nossa infelicidade ouviu e foi ai que começou o inferno naquela sala...
Foram longos meses de pura agonia e tensão entre nós mesmas.Lembro até que eu e a Fê que costumávamos ser juntas e chegadas brigamos feio,de gritar uma com a outra.
Nós sentíamos medo!Cada passo que nós dávamos era calculado e tremidamente pensado.Não levantávamos a voz nem fazíamos nada de errado.Acho que porcamente comparando,tivemos as sete pragas:
1-Ameaça pela valentona da escola.
2-O ódio por onde nós passávamos.
3-As vaias.
4-Os e-mails roubados.
5-Um Orkut fake nosso xingando geral com fotos e um perfil medonho.
6-A ira.
7-E a destruição em massa.
Como já disse,na sétima praga nós quatro já estávamos destruídas em pedaços e alimentando mais do que nunca a razão alheia.
Lembro que a Fê até quis parar de estudar ali e mudar de escola no ultimo bimestre.Ainda bem que ela não fez isso.
Continuamos juntas,e o ano letivo graças a Deus tinha acabado.Nós quatro voltamos a ser o que éramos,mas ainda havia ficado uma sementinha de dúvida,uma Vanessa sobrando...
Não importa,passou!
O que realmente ficou,foi a nossa visão do que realmente acontecia.
Acho que boa parte das pessoas quando tem que conviver com um valentão,ou é "amigo" dele,ou procura manter a distância maior que puder.
Nós não puxávamos saco!Nós respeitávamos e isso bastava.
Enquanto eles faziam Orkut,pegavam lugares e desenhavam coisas nossas e bláblá.Eles viravam os olhos quando abraçavam a amiga valentona.Falavam mal dela por trás e até faziam certa irônia quando ela de novo e de novo ia mal nas provas do Germaninho.
Quer dizer,nós quatro éramos a minoria,não tínhamos recursos e quase nos demos mal por completo.Mas permanecemos juntas,até o fim.Ainda bem que no final,isso aconteceu.Hoje em dia a gente lembra disso e sente nojo,de verdade.Era de se esperar uma fofoquinha aqui ou ali,mas não tamanha ignorância e falta de criatividade.
Bem,foi então que eu percebi!
Em todo lugar que você for,não importa quantos anos passem,as pessoas sempre serão iguais.
Sempre terá o valentão idiota,a loura fútil e a baixinha com voz nazal com seus seguidores.
O bem e o mal sempre andarão juntos!
E se eu puder escolher de verdade,acho que eu prefiro os maus.Não as pessoas más de coração e de alma.Mas aquelas que não fazem as coisas certas,certas ao meu ver.
Acho que é por isso que eu criei uma auto-suficiência quando o assunto é amizade...Esperei tantos fins triunfais e ligações com xingamentos,que hoje em dia nada mais me surpreende.Acho que fiquei anestesiada ao fim.Ou por deixar de amar,ou por simplesmente não ligar mais.

13 de junho de 2010

A minha visão do Dia Dos Namorados.

Bem,para mim o dia começou bem cinza,molhado e feio.Não como o cinza de lá,mas cinza,um cinza Brasil que não combina muito comigo,com a manhã que eu quis ter.
Para mim,não importava de fato se eu teria que ir apé no ônibus,se eu encontrasse uma amiga,ou se o dia estivesse cheio de solteiros mal-amados a minha volta.Era Dia Dos Namorados.Eu estava prestes a encontrar a pessoa mais amada por mim em todo o universo.E nada,nada daquilo tudo para mim importava.
Eu me sentia como se fosse a única garota na face do planeta a ser amada.A ter um namorado louro,de olhos verdes pele branquinha e cheirosa a meu lado.Era como se eu fosse uma Deusa,e o resto de vocês,meros mortais.
Ele chegou um pouquinho atrasado ao nosso encontro.Eu fiquei um pouco irritada,mas passou.Ele como sempre veio cheio de charme e conquista.Talvez tenha se aproveitado da minha vulnerabilidade,ou eu que cedi sem pensar.
Era esse meu namorado!
Aquele que atravessava a cidade por mim,que me colocava em seu colo grande e me fazia sentir amada e pequenina,um bebe como ele mesmo me chama.
Eu resolvi esquecer as coisas que me incomodaram e deitei no peito dele.
E então foram cores.As cores que ele tem quando está comigo seja onde for.A cor verde com pontinhas amarelas dos olhos dele,a cor do brilho que ele tem quando me olha daquele jeito,a cor da cidade,a cor do cenário costumeiro e repetido.
E mais ainda o gosto.O gosto daquele beijo que ficou lá atrás quando ele não me beijava direito e sentia vergonha.O gosto de boca que ele tem agora com aparelho.O gosto desesperado de beijos e lágrimas que ficou.Simplesmente seu beijo,nosso gosto!
E para completar,o tato.A mão dele extremamente fria secando minhas lágrimas.Acariciando meu cabelo e corpo.Sentindo cada centímetro que eu tenho com aquelas mãos enormes que ele tem.Que meu namorado tem.
E de repente,ninguém estava a nossa volta.Não havia barulhos,pessoas,nem ninguém conhecido para nos incomodar.Acho que se existe a perfeição,ela vem aos poucos,em camadas para que só os sortudos a sinta.
Eu senti!
E descrevo a perfeição como o primeiro dia em que nós nos vimos e o coração bateu mais rápido.Descrevo como o nosso beijo de ontem,como todas as primeiras vezes que nós tivemos.Eu descreveria a perfeição,simplesmente por juntar tudo que há de melhor em você em um único momento.Descreveria você como a perfeição.Minha perfeição com defeitos e olhos claros...
Bom,se alguém nos viu ou não,se nos julgou ou não,eu não ligo.
Para mim,o dia foi um misto de tudo que nós realmente éramos e somos.um casal fora do comum.Fora das regras e dos modismos.Fora dos olhos e do gosto dos outros.
Bem,somos palavras,palavras essas que importam mais que qualquer coisa,mais que presente ou obrigação.

"...Te amo sem saber como,
nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha,
tão perto que se fecham seus olhos com meu sonho."


Pablo Neruda
____
Talvez o Dia Dos Namorados,seja apenas mais um dia que algum idiota inventou para ganhar dinheiro as custas de pessoas apaixonadas e consumidoras.O dia de ontem,foi uma das coisas mais lindas e sinceras que nós já tivemos Mu.Nós fomos nós mesmos sem se importar com quem estava a nossa volta.
Você como sempre com seu ar romântico acabou comigo de tanto me fazer chorar e me sentir realizada.Quando você deitou a cabeça na mesa junto comigo,me olhou nos olhos e disse que não haveria ninguém melhor do que eu,que eu te completava e tudo mais,eu realmente senti verdade em seu olhar,foi mágico...
Você é o melhor pra mim,sempre foi e sempre será.E pode apostar que eu sou a pessoa mais feliz em toda Terra.E só pelo simples fato de você existir,isso já me basta!

10 de junho de 2010

Um conto verdade.

A neve caia lentamente lá fora,enquanto eu completava meu vigésimo sexto aniversário.Portava nas mãos uma caneca de chocolate quente,enquanto esperava ele chegar com alguma surpresa.
As surpresas dele sempre me deixavam irritada,mas mesmo assim,eu gostava de ver aquele ar infantil que ele fazia quando estava com o embrulho nas costas.
Meu aniversário coincidentemente,era a véspera do Dia dos Namorados.E claro que essas eram as melhores datas do ano para mim.
Como tudo era mágico naquela cidade...
Até chego a questionar quem realmente era infantil quando sentia a neve,o romance,todo o amor no ar frio cinza de Nova York.
Lembro-me que ele chegou exatamente como eu havia imaginado.Nariz vermelho e gelado,casaco cheio de neve, e um ar de quem já tinha seus vinte e sete anos e muita malandragem nas costas.Sentou ao meu lado,me fez carinho e me entregou uma caixinha pequena vermelha de veludo.De início,achei que fosse mais uma de suas surpresas que me tiravam do sério.Não liguei muito,e ele pareceu decepcionado com a minha reação.Eu,sem entender muito bem,abri a caixinha e lá havia um anel lindo com uma pérola pequenina na ponta.
Um anel de presente...
Não só o anel de presente,mas com ele,um pedido lindo de casamento diante daquele cenário perfeito de amor.
Ah!Ainda sinto o gosto do chocolate e o cheio do corpo dele naquela noite.
Foi meu aniversário de vinte e seis anos,véspera do dia dos namorados.
Nesse dia,eu ganhei bem mais que um presente,talvez uma nova vida que já vem perdurando a mais de quarenta anos...

8 de junho de 2010

Espelho

Já não havia luz alguma.
Ela enxergava claramente seus traços num pedaço de vidro laminado.O que via,era seu eu em perfeitas condições,em momentos.
Se um traço lhe borrava a face,logo o espelho era o culpado.Não haviam imperfeições em seu rosto,pelo menos o rosto que ela via.
Não redondo.
Não quadrado.
Não bonito,não feio.
Um rosto variante que se enquadrava em diversas situações.
Um camaleão.
Um rosto e um espelho.
Não o corpo,porque o espelho era pequeno e não cabia,mesmo que ela estivesse menor.
Um rosto que exagerava de dentro pra fora.Que mostrava mais do que poderia.
Um rosto mentira!
Um rosto que mostrava um nariz empinado e algumas curvas de perfeição.
Os olhos eram dela,e então ela via o que queria.Via seu rosto sem manchas e sem derrotas.Via seu passado se transformar na vitória presente.Via um todos onde nem havia um.
Enxergava com olhos de uma estrela decadente,sedenta pela fama que a idade proporcionava.
Tanto faz quem a vê.Quem a enxerga com olhos de verdade.Quem a quer com olhos de mentira.
O espelho existia.
Era visto o que queria nele.Quem sabe até,servia como de caixa de desejos.
Reflexos.
Verdadeiros ou não.O que você enxerga ou não.
É vidro como você,um dia quebra!

5 de junho de 2010

Palavras

Depois de um dia cheio de marasmo,
Reencontrei conforto em minha cama,
E em um retângulo cheio de letras,números e acessórios,
Resolvi colocar numa página tudo que havia sentido.
Apaguei algumas vezes com medo de que alguém pudesse ler-me e decifrar algumas de minhas palavras.
Palavras essas que são embaralhadas em pensamentos.
Pensamentos que nem são meus.
Se escrevo,é para talvez lembrar um dia o que eu quero esquecer agora.
Não tenho para quem ligar.
Então recorro a palavras e pensamentos soltos,perdidos no ar.
São palavras com sons.
Palavras que eu deixei de escutar durante o dia.
Palavras que poderiam ter sido resumidas em beijos,abraços e simples olhares.
Palavras sem preço.
Não sei para quem escrevo.
Um dia serei lembrada.
Um dia serei tuas palavras.
E então me realizarei.

2 de junho de 2010

Is Vienna waits for me?

Sentei na cama.
Procurei consolo numa música que me dizia para ir devagar,não fui a lugar algum.
Estava eu ali,sozinha com o frio e uma cabeça de 18 anos.Não queria saber de benefícios,alias,esses nunca chegaram a estar em minhas mãos.Pensei nas preocupações,nos problemas.Pensei em mim com o dobro da idade.Um futuro,um carro,uma casa,um casamento,a felicidade.
Quis que alguém preciosamente me desse a resposta certa,ou me desse o dom de andar certeiro com minhas próprias pernas.
Lá estava eu,querendo o cinza de lá,e pensando no marrom que poderia ser se eu olhasse para o outro lado.
Talvez seja pura teimosia da minha parte.Talvez eu não queira ver de outra forma e seguir pela direita,por cima.
Continuo sozinha,e sem respostas com um peso que pode até não ser grande demais.Mas sou pequena e exagerada.
Sinto o peso,quero todas as cores...

1 de junho de 2010

É,perder tempo não é comigo.
Ter paciência não é comigo.
Contas,números,gente falando de coisas que eu não faço a mínima idéia,não é comigo.
Mas,o que é comigo?
Acho que ficar em casa,acaba me deixando mais louca do que eu já sou.Não sei ainda onde é meu lugar.Não se visto o avental,o terninho,o jaleco,ou a ultima tendência.Queria ter a mesma certeza que eu tenho para decidir coisas banais.
Isso,não é banal,mas eu queria mais simplicidade,quem sabe até uma luz para me ajudar nessa.
E agora?
Tenho umas 5 opções e nenhuma certeza.O tempo está passando e eu preciso me decidir,me despertar pra ontem.
Quero meu eu decidido de volta...