30 de agosto de 2011

Tristeza

Veio junto com o vento gelado e a chuva repentina.
Meu humor está como o tempo em São paulo,instável.
Gostaria de achar razões lógicas e talvez até um responsável por tudo isso,mas não sei o que acontece.Intristeci,assim sozinha e sem um por quê...

20 de agosto de 2011

Prato Quente

A velha mais uma vez estava revirando o passado através das memórias.Depois de três copos,o passado lhe aparecia em forma de borrões e não a deixava mais em paz.
Lembrava muito,lembrava pouco e sentia a pele arrepiar como quem sente medo de algo,de alguma coisa.
A velha agarrou-se na poltrona e o fantasma do qual mais tinha medo apareceu de novo.
Era Agosto,o vigésimo dia do ano de 1985.Estava muito frio,a noite já vinha chegando e a velha,que fazia as vezes de moça,teve uma ideia brilhante,reluzente como sangue n'água;mataria os dois!Tinha extrema consciência de que aquilo fazia parte de algo que não era certo,mas sorriu e o corpo todo se esquivou.Já era tarde e a ideia quente estava borbulhando em sua cabeça,na palma de suas mãos.
Não parou para pensar muitos nos detalhes.Apenas sentiu o que tinha que fazer e o foi em frente,sem frieza e sem compaixão.Como alguém que decide dar uma volta no quarteirão só para respirar um pouco e acaba na loja da esquina comprando algo que não precisa.
(Digo com amor no coração em defesa da moça,que antes de ela tomar essa atitude,ela jamais seria capaz de pensar em tal barbárie e nunca machucaria ninguém,nem sem querer.Mas a moça,ah! A moça estava triste,sozinha e desiludida.E aqueles dois hum,afirmo que eles mereceram tudinho)...

Dois passos a frente,e lá estava o portão da casa 56.Entrou despistando os vizinhos e fazendo o mínimo de barulho possível.Rastejou-se até a sala e avistou os dois numa cena que dava mais raiva ainda.Não podia haver alegria e normalidade naqueles dois,não mais!
E então o primeiro golpe certeiro na cabeça.O outro quis aparecer para defender o parceiro e acabou atingido também na cabeça,na perna e nas costelas,para que aos poucos sentissem a dor,a dor que ela sentiu.Finalizou o trabalho sufocando-os,para que o desespero enfim levasse aquelas duas almas embora.
Sentiu alguma coisa que não soube explicar.Sabia que estava longe de ser satisfação ou remorso.Talvez...Sopa de carne moída!
Pegou uma tigela grande,e com os dois ali na sala,arrumou-os,de forma que eles pudessem parecer sentados,deixou o corpo cair no sofá e tomou da sopa fervente.Queimou a língua,mas sabia que tinha valido a pena.Nunca mais teria de comer daquela sopa.