21 de junho de 2010

Travesseiro

Ouviu minhas preces e continuou preto.
Morto num lado da cama sem dizer nada debaixo da minha cabeça.
Sentia meu cheiro e o pesado de minhas lágrimas,mas nada fazia.
Me via chorar,me via rir.
Mas só sabia esperar por mim a noite.
Às vezes tinha peso de outras cabeças sobre seu corpo mole e moldável.
Estávamos tão acostumados um ao outro que era difícil ficarmos longe por muito tempo.
Éramos segredos.
Mais meus do que dele.
Ele era meus olhos,meus ouvidos e corpo quando me faltava o físico.
Acho que às vezes até prefiro um peito nú,ao invés de suas espumas.
Mas não posso negar!
Ele é meu amigo,nunca me abandonará.
E se um dia o fizer,ai sim saberei,
Estou sozinha...

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