Já não havia luz alguma.
Ela enxergava claramente seus traços num pedaço de vidro laminado.O que via,era seu eu em perfeitas condições,em momentos.
Se um traço lhe borrava a face,logo o espelho era o culpado.Não haviam imperfeições em seu rosto,pelo menos o rosto que ela via.
Não redondo.
Não quadrado.
Não bonito,não feio.
Um rosto variante que se enquadrava em diversas situações.
Um camaleão.
Um rosto e um espelho.
Não o corpo,porque o espelho era pequeno e não cabia,mesmo que ela estivesse menor.
Um rosto que exagerava de dentro pra fora.Que mostrava mais do que poderia.
Um rosto mentira!
Um rosto que mostrava um nariz empinado e algumas curvas de perfeição.
Os olhos eram dela,e então ela via o que queria.Via seu rosto sem manchas e sem derrotas.Via seu passado se transformar na vitória presente.Via um todos onde nem havia um.
Enxergava com olhos de uma estrela decadente,sedenta pela fama que a idade proporcionava.
Tanto faz quem a vê.Quem a enxerga com olhos de verdade.Quem a quer com olhos de mentira.
O espelho existia.
Era visto o que queria nele.Quem sabe até,servia como de caixa de desejos.
Reflexos.
Verdadeiros ou não.O que você enxerga ou não.
É vidro como você,um dia quebra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário