28 de junho de 2011

Desafeto

Será que é ciúmes?
Eu estou me perguntando isso a alguns dias.Para ser mais exata desde que eu descobri a tal notícia.
Eu confesso que não gostei e que me senti traída.Traída sim porque eu detesto ser a ultima a saber das coisas,das coisas dela.Eu entendo e aceito que a vida está corrida,e que agora o sonho é pago com cada centavo reclamado e suado.Mas porque cair tanto no esquecimento assim?
Será que EU fiquei assim quando encontrei a minha tampinha?
Ora!
Estou chateada!
Quero não ficar lembrando disso e nem ficar revirando as coisas como se fosse um rato no lixo.
Restos.
Será que no final quem deixou migalhas no lugar do afeto fui eu?
Eu não faria isso,não fui eu!
Mas,o que será então?
Eu e essa mania chata de não largar mais.
Tudo passa,ela passou menos eu, e a falta do desafeto.

16 de junho de 2011

Incomoda muito mais

Tem tanta coisa entalada na garganta que eu não sei por onde começar. Talvez pelo mais óbvio e simples; o começo.
O começo disso levaria algumas horas e tempo eu não tenho porque o ponto em que eu desço está próximo. Qualquer razão lógica e com algum sentido para alguém que não seja eu,também me tomaria um tempo absurdo, e de quebra eu ainda receberia uma cara estranha de alguém que acha meu motivo supérfluo e por isso não o compreende.
Ora! Apenas digo que isso me incomoda de tal maneira que eu não sei lidar com isso. Assim, sem por quê, nem pra que.

Interrogação

Respirei fundo.
A cabeça deu sinal de vida e latejou. O coração bateu mais devagar e as lágrimas me consumiram. Perdi a fome e a razão. Fiquei triste talvez sem saber o por que.
Senti um vazio e uma falta que escapavam de qualquer medida. Nada me fazia feliz e meus olhos inundaram. Decidi então fugir, mas não sabia para onde escapar.

Só mais uma qualquer

A beleza lhe era vital.
Tinha as bochechas bem coradas num traço horizontal. Se equilibrava num salto 15 enquanto os seios gelatinosos tentavam não pular da blusa. Era bonita e sabia. Sabia tanto que se enfeiava, era só mais uma.
Um dia, encontrou alguém que gostava do terracota e do sutiã 46 sem questioná-la muito. Sentia o peito arder e as mãos tremiam. Sentia amor na carne, mas ansiedade a fazia suar.
Largou aquilo então. Talvez tenha derramado uma lágrima,talvez um cilio a tenha incomodado. Não importava! Tinha os mais novos e belos Oxford da moda e sorriu. Ninguém veria seu coração partido.

15 de junho de 2011

Doce

Ultimamente,depois do almoço a cabeça reclama e o estômago grita pedindo açúcar.Açúcar em forma de quadrado,redondo ou espatifada mesmo,como vier.Mas doce,bem doce!
A mania tinha ido embora quando as calças deram uma apertada,mas acho que nesse semestre,ela aprendeu a lacear,comigo.
O doce da vez foi um achado qualquer,daqueles que o pote na doceria fica na ultima prateleira e ninguém,ninguém dá valor.
Eu dei!
O doce era um daqueles de infância,que a gente nunca esquece sabe?Era aqueles de abóbora que agora vem em barras.Porque antes,eles vinham em forma de coração,e eu sabia distinguir exatamente qual era "original" e qual não era.Pois bem,me senti uma criança gordinha de oito anos que com apenas algumas moedas se divertia na doceria e ficava mais feliz com açucar.
Sai da doceria do lado do meu trabalho comendo o doce,o doce de abóbora que poucas pessoas (talvez ninguém) gostam e fui andando sentido centro.
O doce,era o mesmo daquelas tardes de brincadeiras solitárias e de quando enfim eu estava no fundamental.Aquele açúcar me arrastou para uma nostalgia sem fim,e eu fiquei triste,larguei o resto do doce e sentei na praça.O que quer que tenha acontecido comigo,me fez pensar bem na relação que o doce tinha e na que tem agora.Eu estava cansada,triste e precisava preencher aquilo com alguma coisa.O doce não me era mais satisfatório,e não me trazia mais alegria porque deixara de ser um prêmio e virara mais uma obrigação,mais uma!
Aquele doce companheiro virou amargo na minha boca.Senti raiva de mim,e do vazio que eu estava sentindo.Senti que o vazio era muito maior que uma compota e aquele bolo quentinho que sai do forno.
O doce que eu quero agora é diferente,não precisa ter açúcar mas eu ainda não sei o que é.Minha cabeça continua reclamando,mas agora quem grita sou eu...

5 de junho de 2011

Janela

Ela sempre se senta na janela a noite para olhar a cidade.
Olha para baixo,vê os carros passarem pequenininhos na avenida e se sente grande,mais importante que a dona que passeia com o cachorro.
Da janela ela tem uma vista melhor e fantasiosa da verdade,e se contenta.
A janela,aquele apartamento com um janelão na sala era tudo que ela precisava.O mundo podia desabar lá fora,desde que seu cachorro e seu companheiro estivessem ali dentro.