25 de agosto de 2012

De esquina

A semana me veio como um soco na boca do estômago. Daqueles que você vê vindo, mas não consegue desviar. Ou porque sabe que realmente merece aquilo, ou porque você achou que o agressor não teria tamanha coragem. Senti um gosto amargo na boca, me olhei no espelho e me senti horrível por estar com a cara toda vermelha, inchada e sem a menor dignidade. Como eu consegui chegar tão fundo, feder tanto assim? Lembrei do que havia passado até chegar aqui e me senti extremamente estúpida. Mais do que nunca, dei meu braço a torcer e admiti: estava viciada, e fora longe demais. ___ Tive que tomar alguma coisa forte, procurar um outro vício que fosse mais bonito e me caísse melhor. Fiquei tão bêbada quanto um gambá e voltei a procurá-la. Minhas mãos tremiam, meu coração pulava para fora do peito. Estava nervosa. Todos me vigiavam, e nessas alturas do campeonato, qualquer passo meu já era suspeito, já fazia com que me olhassem com desconfiança. Quando conseguia dar um olé na galera, a procurava dentro dos meus pertences e lá estava ela; sem nada de mais ou a menos. Eu sabia que não devia, que era errado e que sua presença, por mais insignificante que fosse, fazia com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo. Pensava nela até nas horas mais banais do dia. Me questionava se ela também estaria pensando em mim, se estava comendo as mesmas coisas que eu, ou se pelo menos, por mais discreta e hipócrita que fosse, compartilhasse do mesmo sentimento que eu. Mas que sentimento idiota era esse? Já havia sonhado muitas e muitas vezes com seu rosto roliço, mas não sentia prazer pelo seu excesso de carne, ou suas ideias baratas de uma vida inexistente. Admitia a mim mesma que sua presença, a busca pelo seu existir quase insignificante me dava prazer, mas não conseguia explicar a mim mesma, ou para os outros, o porquê sentia tudo isso. Procurei compará-la a um palhaço. Nada me faz sentir mais desprezo na vida do que um palhaço. Procurei me dizer, e acreditar que tudo aquilo era mentira, que eu sabia qual era a realidade e que não podia ser tão trouxa ao ponto de continuar com tamanha banalidade. Pensei que era uma viciada, num vício que ainda me trazia certa sanidade, com um efeito alucinógeno tão grande, que eu pudesse parar a todo e qualquer momento. Mas não, não mais. Enfim consegui falar disso e tirar, só por hoje esse peso que tanto me faz mal, e que eu sei, mas infelizmente não percebo. Continuarei bebendo, com a graça de deus, e frequentando a rehab para um dia, escrever aqui cartas de adeus, e descrever a angustia de uma saudade de algo que eu sequer tive.

2 de agosto de 2012

Conversa

Ela me chamou pra falar do trabalho, pra me passar mais algumas dicas, mas nada fez. Me olhou firme nos olhos, perguntou se estava tudo bem e eu não pude mentir para aqueles olhos cor de café. Chorei na frente de uma semi-desconhecida e contei tudo que sentia pra ela. Expliquei minhas razões e ela como um anjo me acolheu, falou coisas incríveis que eu nunca vou esquecer. Ela me deu força, me iluminou e me disse coisas que eu precisava ouvir, tive um colo de alguém que eu, talvez, não esperava receber. Terei ajuda daqui pra frente. As coisas vão seguir e tudo vai dar certo, fiquei otimista!

1 de agosto de 2012

Em ritmo de despedida.

Fiquei um mês de férias do trabalho junto com a faculdade. Precisava de um tempo pra fazer nada, e cuidar um pouco mais de mim, gostar mais de mim. Dormi até mais tarde, acordava e ia dar o meu máximo na esteira e na biscicleta. Emagreci quase 3 quilos e perdi medidas, ainda que só notáveis pra mim, no meu corpinho que por conta da correria ficou gordinho. Me senti tão bem, e peguei um gosto pela academia que decidi estender isso para o pós férias: farei academia na faculdade! E com fé, até o final do ano (e se os doces e interdiciplinares permitir), estarei um pouco mais magra. Enfim, esse um mês longe me fez bem, mas não deu férias para a minha maior inimiga: a ansiedade. Acho que desde que tenho conciência do que isso é, eu posso com segurança admitir que sou uma pessoa extremamente ansiosa e futurista. O agora, importa sim, mas o futuro, parece mais importante, porque vai além dos meus olhos, daquilo que eu posso controlar e pior, ter certeza. Queria saber de todas as coisas e saber se hoje, tudo está valendo a pena. Dá medo, insegurança e uma canseira da rotina toda. Mas ai, vem o impulso e me faz agir para não ficar pensando muito enquanto o tempo voa. "Tranquei" o inglês por esse semestre, e comecei a finalmente procurar estágio na minha área. Agora é esperar por um tempo que eu não tenho domínio e contar com a sorte infinita. Ou não. Enquanto isso, vou me despedindo da Full Time (que não será difícil) e abrindo espaço e caminho para novos ares. Logo menos terei 21 anos, isso pesa demais pra mim, mas falarei disso mais tarde. Mas já penso nas próximas tatuagens, nas histórias que guardarei na minha pele... Por enquanto, vou deixando um breve adeus, até o dia em que eu esteja, por um tempo, fixa em outro lugar...