Acorda bem cedo todas as manhãs e logo já sorri a si mesma no escuro.Arruma a cama e logo se depara com o cabelo crespo armado e cheios de nós no alto da cabeça.Não liga,começa a rebolar seu trazeirão e vai descendo para a cozinha,onde toma café preto e amargo para despertar de vez.
Aline sai de casa exatamente as 6hrs em ponto.Sempre bem arrumada e perfumada,vai descendo o morro de um bairro que um dia já foi bonito,arrumado e seguro.Ideia essa que conforta Aline em dias de miséria...
Chega ao ponto de ônibus e logo já vê seu motorista preferido estacionando.Entra no ônibus,dá bom dia,pega o dinheiro,senta em um banco confortável e vai admirando o caminho pela cidade.Afinal,mais que simplesmente pegar o ônibus,Aline viaja por São Paulo.
Acho que não preciso dizer que Aline era uma garota pobre que morava em um bairro de classe baixa em São Paulo.Mas tenho que afirmar que apesar de todas as rasteiras que já tomou da vida,das oportunidades e caminhos que podia ter escolhido,Aline era uma boa garota,mesmo que não soubesse disso.
No ponto final,desce paralela a rua dos sonhos.Caminha divinamente e vai se imaginando em um daqueles vestidos caríssimos de meio metro.Logo vai dobrando a esquina e entrando no emprego;uma casa de família rica e nada humilde.Aline sonha com todas aquelas coisas e tira pó dos móveis.Queria um dinheiro a mais e limpa os cômodos.Chora,mesmo tendo acordado feliz e lava roupa.Descansa,almoça e vai embora.
Chega em casa e faz as mesmas coisas,só que sem o luxo de uma mansão no Jardins.
Aline sabe que deveria ter feito muito mais por si quando era mais jovem.Devia ter estudado e não pensado que o amor e uma casa própria era tudo que se podia ter.Claro que valores são importantes,e não quero dizer que ela deveria ter uma casa em bairros chiques de São Paulo.Apenas cansei de vê-la sorrir todos os dias quando queria acordar e não ter que esquentar água para tomar banho,nem tomar apenas um cafezinho ralo e amargo pela manhã.
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