Anna gostava de dar nomes as cores, e as pessoas desesperadas na rua na hora do rush.
Gostava de cachorro grande, de cachorro quente e de refrigerante.
Gostava de beber toda quinta à noite, e de sentar perto da janela no ônibus.
Anna gostava de gente, de sapatos e de roupas que ninguém usava, nem ela mesma.
Gostava de gostar das coisas, gostava da distração daquilo tudo e percebeu que sentia falta de algo, mesmo gostando de tudo...
Anna chegou em casa, e não acendeu as luzes como de costume. Sentou nos pés da cama e chorou baixinho como se estivesse com medo de ser reprimida.
Ela pensou,
Chorou até sentir que não dava mais e decidiu ir embora. Mas antes, olhou pela janela do quarto e viu como a cidade ficava linda e iluminada. Teve que admitir a si mesma que apesar de gostar de todas as coisa, Anna não gostava , talvez, da mais importantes; ela mesma.
Anninha, fechou os olhos, e um grande barulho calou as buzinas e os mexericos da cidade. Para quem via de fora, enxergava um vermelho forte e vibrante.
Mas Anna, Anna gostou do branco cegante que viu.
Pela primeira vez sentiu algo bom lhe correr as veias.
Pode então dar um nome aquilo tudo. Anna chamou aquilo de paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário