15 de junho de 2011

Doce

Ultimamente,depois do almoço a cabeça reclama e o estômago grita pedindo açúcar.Açúcar em forma de quadrado,redondo ou espatifada mesmo,como vier.Mas doce,bem doce!
A mania tinha ido embora quando as calças deram uma apertada,mas acho que nesse semestre,ela aprendeu a lacear,comigo.
O doce da vez foi um achado qualquer,daqueles que o pote na doceria fica na ultima prateleira e ninguém,ninguém dá valor.
Eu dei!
O doce era um daqueles de infância,que a gente nunca esquece sabe?Era aqueles de abóbora que agora vem em barras.Porque antes,eles vinham em forma de coração,e eu sabia distinguir exatamente qual era "original" e qual não era.Pois bem,me senti uma criança gordinha de oito anos que com apenas algumas moedas se divertia na doceria e ficava mais feliz com açucar.
Sai da doceria do lado do meu trabalho comendo o doce,o doce de abóbora que poucas pessoas (talvez ninguém) gostam e fui andando sentido centro.
O doce,era o mesmo daquelas tardes de brincadeiras solitárias e de quando enfim eu estava no fundamental.Aquele açúcar me arrastou para uma nostalgia sem fim,e eu fiquei triste,larguei o resto do doce e sentei na praça.O que quer que tenha acontecido comigo,me fez pensar bem na relação que o doce tinha e na que tem agora.Eu estava cansada,triste e precisava preencher aquilo com alguma coisa.O doce não me era mais satisfatório,e não me trazia mais alegria porque deixara de ser um prêmio e virara mais uma obrigação,mais uma!
Aquele doce companheiro virou amargo na minha boca.Senti raiva de mim,e do vazio que eu estava sentindo.Senti que o vazio era muito maior que uma compota e aquele bolo quentinho que sai do forno.
O doce que eu quero agora é diferente,não precisa ter açúcar mas eu ainda não sei o que é.Minha cabeça continua reclamando,mas agora quem grita sou eu...

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