31 de dezembro de 2010

Analú



Analú acreditava nas estrelas,nos signos,nas cores,nos números,nas promessas,nas palavras e no vento.Acreditava que se o coração falava,era melhor escutar e acatar sua ordem.Se sentia dor de cabeça antes de sair de casa,não saia e logo procurava um médico,pois,acreditava que só o Doutor a curaria.
Acreditava em Deus,em Iemanjá,em Bruxas e em gnomos do bem.E do mal,claro.
Acreditava na vida,nas pessoas e mesmo com os apesares,acreditava que tudo tinha solução,que o mundo não era tão feio quanto o pintavam.
Acreditava no amor,embora nunca tivesse tido um.
No Ano Novo,Analú escolhia sempre cores especiais para suas calcinhas e seus sutiãs.Sabia que se usasse rosa,vermelho e a mistura dessas duas cores,atrairia o amor para sua vida.Acreditava que um dia,sim,dividiria sua crença com outro alguém,e seria mais feliz então.
E foi na virada do ano 1990 para 1991,que Analú conheceu Zé Carlos na pracinha onde costumava passar o Reveillon.
Zé era um cara alto,com barba por fazer,olhos cor de mel e um corpo que não deixava ninguém a desejar.Não era bonito,mas seu charme,ah,era igual à aquele dos galãs de cinema.
Analú estava ao seu lado.Nunca fora de abraçar pessoas desconhecidas na virada,mas aquele tipão a deixou transtornada;à meia noite do dia 1º de Janeiro de 1991,Analú sentiu seu coração pular de alegria.Parou,pensou e acreditou que aquilo era então amor.
Desde então,mesmo Zé Carlos não tendo lá todas aquelas crenças,Analú não se preocupa mais em usar rosa,vermelho e a mistura dessas duas cores.Analú descobriu que não havia jeito melhor de passar o ano,se não sem roupa nenhuma...

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