
As pernas já não acompanhavam os passas,apenas faziam movimentos mandados pelo cérebro,que por sua vez tentava mandar incansáveis mensagens para o coração,para ele se render ou parar de vez!
No caminho de ida,foi necessário pegar dois ônibus,e mesmo assim os ônibus errados...
Parecia uma turista perdida,ou uma drogada desorientada.Um bicho do mato,que nunca tinha visto a “Cidade Grande”.Gostaria muito de estar de fora e ter me visto...
Pensei em ir aquele parque e entregar a alguma (todas) daquelas aranhas um pedacinho do meu corpo,só para que o veneno fosse letal,e acabasse com a visão turva e os pensamentos assombrosos.
Nada fiz!
Andei de estação em estação a procura de nada,a procura de qualquer droga barata,e qualquer bebidasinha que pudesse tomar para ter um alivio passageiro...
Se dissesse que não as achei estaria mentindo!Não tive é coragem nem disposição para as mesmas...
Um intervalo breve,e já percebi que estava em abstinência.Liguei o celular e fiquei durante alguns minutos com a maldita esperança...
Nunca fui tão teimosa em toda minha vida.
Nunca me desobedeci,e acho que nunca deixei de ver,de reparar em sinais...Devia ter parado naqueles 4 primeiros orelhões que não funcionavam.
Continuei,e a sensação do corco já era outra,embora que obrigatória.
Se me juntasse àqueles desabrigados,a atenção teria vindo toda direta para mim!
Estava acabada,com o orgulho ferido e imaginação longe...
Foi então que me vi em São Paulo,numa avenida que em outros dias teria muita importância pra mim.Mas hoje foi só um cenário,um cenário dramático no qual eu era a vilã e a mocinha ao mesmo tempo!
Provei do veneno!
Toquei e me queimei e o resultado foi a mais pura covardia: voltar pra casa!
O ônibus certeiro não demorou a vir,e eu sentei quase que no fundo,tentando me esconder ao máximo talvez de mim mesma!
Estava com o nariz entupido e,o caminho para casa nunca me pareceu tão injusto,tão longo.
Vim pensando em diversas coisas,quando algumas lágrimas caíram sem que eu percebesse.As escondi e continuei com Katy Perry em meus ouvidos,sem tirar os olhos em Amy,que à uma hora dessa deve estar bebendo no Caribe.
Não sei o que pensar no amanhã,e quem dirá mais na semana que vem.
Não espero nada,nem de mim,nem de ninguém.
Acho que apenas quero acordar e sobreviver.
Sobreviver como em dias assim,onde a coragem,por mínima que fosse me faltou,onde eu não sou especial para ninguém,nem para mim mesma...
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