Prólogo dos 21.

Os cabelos estavam curtos e num corte moderno, o corpo, esse adquiriu massa e estava um tanto...cheinho! A cintura ainda existia, mas no era tão fina como antigamente. Aqueles olhos castanhos, que antes carregavam apenas as preocupações de sextas à noite, e algumas paixões passageiras, hoje abrigam contas para pagar e uma vontade de dormir que não sessa.

Sente saudades daqueles tempos. Tudo era tão mais simples e tão mais bonito... Ela tinha ânimo para sair e passar noites inteiras conversando e falando bobagens. Hoje ela só pensa no amanhã, em novas expectativas  e em alcançar seus objetivos, que estão muito além de conquistar tal gatinho, superar tal maquiagem...

21 anos, uma semana e alguns anos vividos que trazem boas recordações quando as coisas apertam. Às vezes ela sente vontade de voltar a viver tudo aquilo, mas há algo que hoje em dia ela entende como razão, que não a deixa voltar.

E talvez seja melhor assim. Afinal, "só o que é bom dura tempo bastante pra se tornar inesquecível". E hoje, no ato mais responsável e maduro, quando quer ser rebelde, ela pega as chaves do carro e saí por ai dando voltas pela cidade. A inquietude de uma jovem ainda a faz agir muitas vezes por impulso, mas a sabedoria, ah, a maturidade a faz ouvir um CD inteiro sem pular faixas, sem pular nenhuma etapa da vida.